Ep. 10 - Algumas palavras sobre ativismo e a importância de curar nossas feridas pessoais

MetamorfoseAmbulanteEpisodio10.png

Neste episódio estou falando sobre um assunto que eu gosto muito. Nestes tempos em que as vozes das minorias estão se fazendo ouvir, em que estamos em processo de aceitar e incluir os excluídos, em que existem grupos buscando representatividade para cada aspecto negligenciado em nossa sociedade, uma coisa é certa: estamos com as feridas abertas e à flor da pele.

É como se antes nossa sociedade fosse uma festa privada na qual muitos não podiam entrar. Agora, a festinha está mais bacana porque a cada momento mais um grupo é ouvido e incluído. Isso é lindo!

Mas é legal a gente se lembrar que, dentro da festinha, ainda não estamos nos divertindo. As feridas são profundas e as dores são reais. Anos e anos de negligência geram raiva e revolta, e agora, dentro dessa festinha, ainda estamos na fase de mostrar as nossas feridas, ainda não chegamos na fase das soluções.

É importante sabermos disso para não confundirmos nossas dores com os nossos desejos. Para que a gente possa ir para a próxima fase, aquela na qual cada grupo incluído na festinha começa a de fato se divertir dentro dela, temos que olhar para as nossas feridas pessoais, sabe?

Se eu me identifico com o movimento feminista mas não curo o meu feminino ferido, eu vou projetar minhas feridas no movimento e vou precisar que ele exista para sempre para que eu possa despejar ali as minhas frustrações. Mas em algum momento teremos que sair da fase das dores e entrar na fase da conciliação. E para que isso aconteça é legal que a nossa parte individual, a cura das nossas feridas pessoais, esteja bem organizadinha. Deu para entender?

O resto da história eu conto no áudio. ;)


Foto de Perry Grone encontrada no Unsplash

Quer continuar a conversa? Deixe um comentário abaixo ou escreva para mim.