Uma introdução

Publicado em 24 de abril de 2022

 
 

No início deste mês, iniciamos um trabalho juntos. Aos poucos, vamos construir os alicerces de um espaço de debate que eu já tenho vontade de fazer acontecer há um bom tempo!

Antes de debater ideias específicas, vamos revisar as bases sobre as quais a gente se apoia quando estamos elaborando, discutindo e posicionando nossas ideias.

Estamos precisando desse exercício. Quanto mais aos extremos a discussão geral se encaminha, mais se faz importante que a gente consiga ter diálogos embasados e bem formulados. 

Mas, antes dos diálogos, vem a construção de um pensamento crítico. Aqui é onde a gente entra.

Me chamem de excêntrica, mas eu acho interessante a concepção de sabermos olhar para uma ideia com a qual nos identificamos, e destrinchar mais ou menos por que ela faz sentido para a gente. Eu acho isso interessante, útil, lúdico.

A gente não fala o suficiente sobre isso, mas QUALQUER ideia é como uma semente, que pousa na mente e vai tentando achar um jeito de se enraizar. dependendo do terreno que encontra lá dentro, ela consegue florescer ou acaba ressecando, sem dar frutos.

Eu quero que a gente entenda e aprenda a reconhecer, não só com a mente, mas também com o corpo, esse processo, para mantermos ativa a dinâmica de regar ideias que merecem ser difundidas, transplantar aquelas que precisam ser atualizadas, deixar de lado as que não servem mais.

Precisamos conseguir olhar para uma questão complexa e fazer uma análise crítica dela, mesmo que signifique que a gente vai ter que discordar de algumas partes, principalmente se estivermos apegados a elas, porque é assim que o mundo anda pra frente.

Essa honestidade interna, é essencial.

Pra isso, vamos testar uma metodologia. vamos começar do básico, destrinchando e descrevendo algumas emoções, resgatando aqueles textos antiiiigos sobre os órgãos do corpo, conversando sobre situações do dia a dia, mas usando esses temas como pano de fundo para um exercício de auto-observação.

Assim, eu espero que a gente consiga ir assentando, dentro de nós, esse arranjo complexo entre as ideias que defendemos, as emoções a partir das quais elas são defendidas e as emoções que nós sentimos quando as defendemos, e como nos sentimos, dentro do nosso corpo, quando estamos nos alinhando a elas e nos engajando em um debate.

Vocês vêm comigo?


Pra começar ainda hoje, eu quero te convidar a listar mentalmente os diálogos que você teve recentemente. pense naqueles que foram mais tranquilos, pense nos que foram desafiadores.

Ok.

Agora, tente resgatar a sensação física de cada situação.

Em quais delas você sentiu o seu corpo forte, estável, estruturado?

Por outro lado, em quais delas você sentiu um aperto no peito ou na garganta, ou uma agitação nas pernas, nos braços, uma pressão na cabeça, ou qualquer outra reação física?

Anote em algum lugar, escreva aqui nos comentários, se quiser. Não vamos interpretar nada por enquanto, só observar. vamos falar muito mais sobre isso este ano. A gente está só começando.

 

 

Neste ano, estou provocando alguns diálogos para que a gente possa ir construindo um pensamento crítico ao longo dos próximos meses. Eu sei que tem muita gente da área de saúde aqui, e também tem bastante gente que não trabalha como terapeuta, mas que se envolve com autoconhecimento de alguma forma. Estes textos são para todos vocês.